terça-feira, 10 de junho de 2008

Espero por ti na Abissínia

INXALÁ - Espero por ti na Abissínia

Acabei de ler.

Trata-se de um romance que assenta em “pessoas reais por trás das personagens” e que, para além do amor, “conta uma história de morte e desespero, relatando a fuga de um médico galego a trabalhar em Lisboa, cansado do fragor da cidade e da mentira, até aos confins do mundo”.
"Por isso se parte. Se foge. Se finge que se foge. Porque não se foge nada. Não se parte. Não se descobrem terras nem estranhos. Descobre-se cada um a si mesmo.
Descobre-se a mão que se tinha nas mãos. O sentido que se traz dentro das mãos.
Por isso não se parte realmente. Só se finge que se parte. E a viagem é a forma mais fácil de fingir. E assim foi ela para onde achava que devia ir porque o seu coração a guiava, e deve ter voltado para aquilo de que nunca partira. E assim fugi eu para onde achava que me podia perder porque perdera o meu coração e já não era possível voltar para o que de mim partira. Porque se partira."
Carlos Quiroga, nasceu na Galiza-Espanha é professor de literatura portuguesa na Universidade de Santiago de Compostela, onde se licenciou em Filologia Galego-Portuguesa e em Filologia Hispânica. Foi Bolseiro da Gulbenkian (1991-92), do ICALP (1992-93), da Universittà Italiana per Stranieri (1983), e é Doutor Europeu com uma tese sobre Fernando Pessoa, prémio extraordinário de doutoramento.

Gostei de ler Carlos Quiroga e vou agora seguir-lhe o "rasto". Talvez em busca do poemário Gong.

Kat


Um comentário:

Vera disse...

Bonita a passagem que transreveste...tem algo de nublina, não achas? Prometo que vou pôr este na minha lista de desejados!
Obrigada pela citação e pela sugestão.
Bjs