quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O Mistério da Estaca - 6º Episódio (1ª Temporada)

O dia acordou frio e húmido. As tendas estavam todas molhadas e Sandoval que no dia anterior já estava meio adoentado agora estava um trapo, totalmente minado de virús e muco nasal.

Visto que Sandoval estava num estado bastante degradado, os restantes resolveram dar um salto até à localidade mais perto para se abastecerem de bem essenciais, faltando apenas decidir se era Sagres ou Super Bock e qual a dimensão do pack.
Enquanto isto Sandoval descobriu algo de muito importante. Estava ele na sua tenda quando resolveu por momentos apanhar um pouco ar puro visto que dentro da sua tenda o cheiro a medicamentos era superior a qualquer urgência de qualquer unidade hospitalar.

A brisa húmida que soprava sabia-lhe muito bem e às tantas repara que uma das estacas da tenda do Bataclan estava mais uma vez caída e mais uma vez sem nenhuma razão aparente visto que isso nunca acontecia com as restantes tendas.

Apesar da fraqueza que se apoderava de todos os músculos do seu corpo, Sandoval pegou na marreta e logo tratou de dar umas valentes pancadas na estaca. As dificuldades continuavam a ser as mesmas pois a tenda do Bataclan parecia estar em cima de algum bloco de granito tal a dureza daquele terreno. Mais uma vez foi aplicada a fórmula ensinada pelo velho do parque (esta denominação de “velho do parque” foi escolhida pois se os Lusíadas tem o Velho do Restelo porque não haveria de esta história também ter um velho...???), ou seja, deitar um pouco de água para amolecer o terreno e em seguida enterrar a estaca.
Passados poucos minutos, Sandoval reparou que a estaca estava novamente caída... Ora, não estando naquela altura mais ninguém por perto esta situação não era provocada por nenhuma mente psicopata humana, pelo menos, directamente.
O que acontecia é que se por um lado a terra amolecia e era mais fácil enterrar a estaca por outro lado esta “moleza temporária” não deixava a estaca firme e mais minuto menos minuto ela voltada a ceder. O que se poderia esperar de um conselho de alguém que simplesmente tinha dificuldade em se manter em pé ou ver em condições???
Conclusão, indirectamente a culpa tinha sido do Bataclan, que tinha acreditado nos conselhos pouco recomendáveis daquele velho perneta.
Sandoval estava agora impaciente que até se esqueceu que estava doente pois o desejo de partilhar esta descoberta com o restante pessoal era enorme.
Assim que chegaram tratou logo de partilhar a experiência vivida minutos antes.

Tanto trabalho para nada, pensaram Óscar, Higino e Sandoval... Suspeitas atrás de suspeitas que até tinha levado a uma relação tensa com os vizinhos do parque, especialmente com os “amigos” franceses, e afinal a culpa tinha sido do Bataclan.
Uma sede de justiça instalou-se nos nossos amigos... A fúria apoderou-se de Óscar, Higino e Sandoval, que de imediato fixaram com os olhos vermelhos de raiva e sedentos de vingança o pobre do Bataclan.

Este apercebendo-se do que se estava a passar, preparava já um elaborado plano de fuga, que consistia em fugir o mais rápido possível apesar das mazelas da escalada do dia anterior. No entanto já foi tarde, pois os companheiros saltaram para cima dele e durante três minutos rolaram e espernearam no chão agarrados uns aos outros como gatos na altura do cio (uma cena um pouco abichanada mas foi o que se arranjou..).

Durante esse pequeno longo período, Bataclan foi socado, arranhado, puxado, abanado, pontapeado, cuspido e amassado. Quando a poeira desapareceu, ainda com o Bataclan a ser socado, era visível o estado lastimoso em que se encontrava. Estava mais negro que um habitante da Guiné Conacri.
Os seus amigos levantaram-se triunfantes, orgulhosos da sua obra prima, como se tivessem regressado de um Safari e da caça ao Roniceronte. O que tinham "caçado" neste caso era nem mais nem menos do que o que restava de Bataclan. A justiça estava feita e foram todos comemorar a resolução do mistério... bem, todos menos um que já se encontrava na tenda tombado e amassado.
To Be Continued

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