segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Néctar dos Reis


Ainda deliciada com a montra da Nacional, desviei o olhar para a esquerda em direcção à Rua Augusta, deparando-me com esta montra maravilhosamente decorada, sem artifícios nem enfeites que não sejam os próprios artigos. Artigos de peso, no preço e na tradição.
Suavemente percorri toda a montra à procura de um Vintage muito especial. Vintage é o vinho obtido da colheita de um só ano e é uma denominação atribuída apenas em anos considerados de excepcional qualidade, sendo por isso, a classificação mais alta que pode ser atribuída a um vinho do Porto.


Duque de 1815
«vintage» de 1815 em homenagem ao Duque de Wellington, vencedor de Napoleão em Waterloo.



Em O Crime do Padre Amaro, o cónego Dias abriu uma garrafa, «não do seu famoso ‘duque de 1815’», mas do seu «1847», também um Porto de um grande ano. Mas, no mesmo romance, o abade da Cortegaça, no famoso jantar do meio dia, serviu aos amigos o finíssimo néctar do qual dizia,

«depois de o fazer reluzir à luz na transparência dos copos: Disto não se bebe todos os dias».

Kat

2 comentários:

Peninha disse...

A todos os leitores deste post um alerta: NÃO CONDUZAM A SEGUIR...

Anônimo disse...

Fico extremamente satisfeito por constatar que a Katwoman voltou a ver o mundo que a rodeia, a reparar nos (grandes) pormenores, que muitas das vezes nos passam ao lado, muitas das vezes, fruto da vida assoberbada que nos vai anulando dia a dia.
Confesso, conheço bem “os poderes” da Katwoman, a sua capacidade de observação, de “ver claramente visto” como diria Luís de Camões, o que nos rodeia, as pessoas, os lugares, os estados de alma, etc.
Fico à espera de novos relatos, desejando que mantenha durante muito tempo essa nova atitude de andar a pé (sempre que possível), de se fazer de acompanhar e utilizar a fantástica invenção de “Louis – Jacques Daguerre” e claro, de nos brindar com oportunos “flashes”.
Obrigado.
Vagamundos