Faz quase uma semana que iniciei uma nova fase na minha vida profissional.
Depois de uns meses complicados e dos quais ainda vou sentir alguns efeitos nos que aí estão para vir, reiniciei a minha actividade profissional. Depois de vários anos a trabalhar no regime de outsourcing e nos mais variados tipos de empresas, privadas ou públicas, grandes ou pequenas, com mais ou menos utilizadores, eis que pela primeira vez vim trabalhar num ambiente de faculdade, um ambiente totalmente académico e conhecer o outro lado da Faculdade que desconhecemos quando somos apenas e só alunos.
Notas, alunos, professores, mestrados, créditos, diplomas, inscrições, matrículas, cadeiras vieram substituir alguns termos que habitaram na minha cabeça durante estes últimos anos como valores, euros, clientes, fornecedores, orçamento, entidades, mapas, relatórios, débito, crédito, conta corrente, saldos, movimentos e afins…
Mas como acontece nos primeiros dias de qualquer novo emprego, estes são preenchidos com toneladas de informação, novos colegas, novas regras, novas salas, novos corredores e novos horários... ah, e onde fica o bar, cantina e WC… :)
Somos mais observados porque somos novidade mas também e devido ao facto de ainda não estarmos totalmente inseridos, sentimo-nos por vezes um pouco perdidos e algo desamparados.
Nestes momentos aproveitamos para conhecer aquele colega mais acessível ou aquele que sabemos que só daqui a uns tempos lhe vamos conquistar a simpatia e derrubar a barreira psicológica do “novo colega”.
Nesta altura também é interessante observar os novos colegas, sim, não são apenas eles que vão estar a olhar para mim para ver se tenho vícios, se tomo banho, se ando a navegar em sites esquisitos, se chego a horas, se tenho tiques ou se ando com roupas esquisitas e tenho rituais “malucos”… Também os observo!!!
Com em todo lado existem pessoas de todas as raças, cores e religiões… os mais abertos, os mais calados, aqueles que tem uma mente aberta e estão prontos para tudo o que seja inovação e novidade e aqueles que se lhe dão um rato com um roda no meio vão dizer que não sabem trabalhar com aquele rato porque não tem carta e não sabem conduzir aquele tipos de aparelhos.
Outras diferença é o “trânsito” nos corredores e elevadores… se antes me cruzava com Doutores e Engenheiros, técnicos ou não, agora são dezenas de alunos candidatos a Doutores, uns a estudar, outros nem por isso, uns a tirar fotocópias outros a dormir com a cabeça encosta a elas, uns a vibrar com as notas outros a espancar o colega que não lhe passou as cábulas, uns no guichet da tesouraria a contar os trocos, outros na esplanada da faculdade com o/a namorada(o), amiga(o) colorida(o) ou simplesmente o/a “outra(o)”, a ensinar-lhe novas “línguas”.
Ahhh… e aqueles que simplesmente andam por aqui à anos, que fazem 2/3 cadeiras de 2 em 2 anos e que ainda com 30 e muitos anos ainda vivem da mesada dos Pais e que pretendem acabar o curso quando a própria faculdade se quiser livrar deles.
Também já tinha algumas saudades das Cantinas das faculdades, se bem que no tempo em que somos alunos é bem mais divertido pois ninguém esquece a guerra de ervilhas ou o lançamento do panado, que se lhe colocarem um pau na extremidade podem ir depois jogar ténis para o complexo do Jamor aproveitando também as almôndegas como bolas de ténis.
Enfim… não sei como vai ser o meu futuro… se vou continuar por aqui muitos anos ou muitos meses mas é uma experiência diferente num ambiente diferente, diferente de uma empresa privada onde somos vistos como mais um “número” .
Peninha