Esta será sem dúvida a pior fase da minha vida... o estar desempregado arrasta consigo inúmeros problemas a nível profissional, pessoal e social. Para piorar as coisas, atravessamos uma crise bastante real, onde as dificuldades aumentam diariamente e para as quais não vejo uma solução muito breve.
Já tentei várias coisas mas o telefone teima em não tocar, pelo menos para um decisão final de trabalho... vai tocando de vez em quando para uma entrevista onde pela enésima vez dizemos o que fizemos, o que gostamos, as nossas prespectivas de futuro, etc, etc... Com alguma sorte seremos o 5º/6º candidato recebido naquele dia, se calhar e com alguma sorte o lugar até já está atribuído.
As pessoas à nossa volta e porque a elas também lhes custa esta fase, começam a levantar várias questões como se fossemos nós que desejamos estar nesta situação, sem emprego, desejando que o carteiro na próxima ronda não coloque mais uma carta no correio a dizer que temos que pagar isto ou aquilo.
Faço o que posso e o que sei... se podia fazer mais? Pode-se sempre mas tenho me esforçado.
Entretanto e porque todo sector financeiro deste país se lembra das pessoas quando estamos nesta situação, não para nos ajudar mas sim para nos afundar ainda mais, vou tentando arranjar alternativas de modo a que se ganhe alguma coisa, mais não seja para se poder pagar aquelas necessidades mais importantes.
Foi nesse seguimento que consegui e apresentado uma ideia á escola onde anda o meu filho, que os miúdos do ensino básico tivessem aulas de Informática desde que tivessem desejo de se inscrever.
A proposta que fiz á escola foi no sentido de se os alunos na sua grande maioria tem o Magalhães porque não incentivá-los a aprender um pouco mais, para além de jogar, jogar e jogar. Foi aceite e no seguimento da Componente de Apoio á Família, criar as aulas de Informática.
A primeira aula foi ontem... Não ensinei nada porque queria os conhecer, porque queria saber até onde ia o seu desejo de aprender, até onde estariam motivados a aprender e aqui o meu primeiro grande desafio, conquistar a sua atenção e desviá-los dos jogos, que por mais didáticos que sejam, são jogos e eles só o veêm assim. Tenho outro grande obstáculo, na sala podem estar crianças da 1ª classe que nem sequer sabem escrever e outras do 4ª classe bem mais espertalhonas...
Não vai ser fácil... primeira conclusão: A ideia do Magalhães é interessante, o “meu primeiro portátil”, mas pouco uso tem e são poucas as funcionalidades que eles usam. Assim que o ligam ,o que querem fazer??
Jogar... também já fui assim!!! Mas pelo que percebi, depois de o receberem são poucas as actividades em que os “obrigam” a abrir o processador de texto ou até mesmo fazer um simples desenho. Já nem vou falar da “fiabilidade” do aparelho... são mais os que tem o Magalhães de “baixa” do que a funcionar. É um desafio giro e acho que é importante que eles percebam que a Infomática é muito importante no futuro, que é algo que está presente em quase todas as áreas da sociedade e que é uma ferramenta de trabalho, de pesquisa e de comunicação muito poderosa, se usada sem fins “maldosos”.
Com isto vou atenuando esta crise e fazer o que nós portugueses fazemos de melhor: Desenrascar..
Pode ser que consiga um bom desempenho e ganhe outros convites para iniciativas no mesmo género, em outros locais... até lá, é viver um dia após o outro e sempre que me perguntam como estou:
Respondo: "Sobrevive-se!!" - Que é aquilo que estamos todos a fazer.
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